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O mínimo é o máximo

By 20/11/2012março 12th, 2013No Comments


Minimalismo. O que nasceu somente como um movimento artístico do século XX, logo após o expressionismo, não cabe mais somente nos livros empoeirados de história da arte: o minimalismo invadiu a direção de arte também. Ele é hoje a grande moda (ou seria evolução?) da criação publicitária. Impulsionado por grandes marcas e pelos avanços da tecnologia, é a palavra de ordem do design atual. É fato: “Menos é mais” se tornou “Menos é DEMAIS”.

O movimento em si nasceu nos anos 60. Como todos os movimentos artísticos da época, se espalhava por todas as áreas da arte. Assim, na literatura começou-se a economizar palavras, na música usavam-se poucas notas, e na pintura, o mínimo de cores, o que contrastava com as cores berrantes do fauvismo e as formas caóticas do cubismo.


Legenda: Piet Mondrian e sua arte minimalista

Mas como todos os movimentos, o minimalismo saiu de moda e ficou esquecido por anos, junto com todos os “ismos” que abalaram a arte do século passado. O que não se esperava é que ele deixaria de ser apenas um movimento para se tornar não só uma tendência, mas quase uma regra do design e da criação publicitária atual. Marcas gigantes como Coca-Cola, McDonalds e Microsoft se renderam à moda do mínimo (esta última até fez uma mudança radical na sua logo e na sua identidade visual, tornando-se totalmente minimalista). Nas redes sociais, pôsteres e cartazes minimalistas de filmes e seriados se tornam virais. Seja nas roupas, no design dos produtos, quando menos detalhes, melhor.


Evolução dos logos das versões do Windows

Mas o que impulsionou esta reviravolta? Analisando o mundo atual, a publicidade de algumas marcas aliada à tecnologia parece ter sido responsável pela nova tendência. A necessidade de diferenciar empresas e produtos num mercado de grande concorrência e globalização fez com que, ao invés de buscar tornar o produto chamativo pelas suas cores, detalhes e acessórios, se tentasse chamar atenção pela ausência desses elementos. A Apple é o caso mais icônico: A partir do momento que adotou um design sem cores, com formas básicas e simples ao máximo, se tornou a empresa mais valiosa do mundo e revolucionou o mercado. Sua identidade visual vem no mesmo estilo: fundo branco, letras pretas e muito espaço vazio, se diferenciando de concorrentes que para se destacar, pecavam na poluição visual.


Cartaz do evento de lançamento do maior produto da Apple, o iPhone 5.

Além disso, o mundo hoje é tecnológico. Milhares de informações bombardeiam nossos dispositivos a todo momento, e toda mensagem tem que ser curta, simples e objetiva. O twitter é o melhor exemplo de todos. Assim, para passar a mensagem ao consumidor de forma rápida, captar sua atenção e se diferenciar de um mundo ultra tecnológico, super globalizado e complexo até nas nomenclaturas, a saída foi uma só: ser simples.


Nova logo do twitter, a rede social minimalista

Assim, o minimalismo serve para despoluir visualmente o mundo ao nosso redor, sendo como um sopro de ar fresco em todo o design. O mesmo se tornou tão popular que parece estar se tornando algo natural, incorporado às regras da direção de arte como um todo. O livro “Direção de arte em Propaganda”, de Milton César, é uma prova disso: o autor passa quase todos os capítulos repetindo que a maior de todas as regras é a simplicidade.

Das aulas de arte às agências publicitárias, ele percorreu um longo caminho, transformando o mundo ao seu redor. O minimalismo é o novo mainstream. Nos resta saber se no futuro, seus ensinamentos realmente terão sido atemporais. Moda ou evolução? Tendência ou regra? E daqui a 50 anos, conceito atual ou estilo vintage? Só o tempo dirá. Mas por enquanto, isso é fato: O mínimo é o máximo.

 

por Spartakus Santiago