A entrevistada de hoje é Claudia Nogueira (Cacau Nogueira), Promarket – House Agency Amilpar e vai falar sobre a relação Agência x Anunciante.
Vitamina: Há quanto tempo você está no mercado?
Cacau: Meu primeiro estágio foi na Caio Domingues & Associados – uma das mais importantes agências de publicidade na época, em 1983. Sim, conto estágio, pois acredito que é nesse período que confirmamos (ou não) o que seremos na profissão. E eu confirmei ali que adoraria ser mídia. Portanto, quase 30 anos.
V: Quantos anos você tem em agência? Quantos anos você tem em anunciante?
C: Apesar de hoje estar no departamento de marketing da Amil, minha trajetória foi totalmente em agências. Trabalhei em agências de 83 até 2009, quando fui convidada a trabalhar na Amil.
V: Você sente muita diferença entre um e outro? Se sim, quais?
C: Muita diferença…não. É claro que se estamos “dentro do cliente”, reconhecemos mais claramente o “DNA” da empresa. Estamos inseridos em seus conceitos, objetivos, diretrizes, visão, missão e convicções. Conhecemos mais profundamente sua história. Porém, acredito que as agências precisam estar o mais perto desse conhecimento para ter uma relação de sucesso. Para ambos. Agora, se estamos falando de fluxo de trabalho… aí, é uma outra história.
V: Você acredita que só na sua área/função que há diferença ou em todas?
C: Por acreditar – e a experiência comprovou estar certa, que o melhor resultado é conseguido com a integração de todas as áreas e funções, não vejo diferença. É preciso chegar a um pensamento único para alcançarmos o melhor resultado para aquele objetivo. Seja na agência ou no departamento de marketing do anunciante.
V: Na sua opinião, realmente existem perfis diferentes para cada um deles? Se sim, pode defini-los?
C: Creio que não. É apenas uma questão de adaptação na leitura dos desafios. Talvez, o marketing, exija um perfil mais analítico.
V: Quais os prós e contras de um e de outro?
C: Na minha opinião, um dos pontos positivos em atuar numa agência é a possibilidade de trabalhar com os mais diversos e diferentes segmentos do mercado. O que pode ser revelado em mais criatividade em todas as áreas. Sim, inclusive na área de mídia, pois o profissional de mídia que não for criativo saberá apenas “ler” os números. Acredito que o novo traz consigo uma ansiedade criativa. Por outro lado, quando atuamos no departamento de marketing do anunciante, reconhecemos mais facilmente o que o mercado e, obviamente, o consumidor espera como resultado daquele produto ou serviço, já que convivemos mais próximos de suas necessidades. Entretanto, importante estar sempre atento às eternas mudanças, percebendo o momento de atuar diferente, para responder às atuais (ou até mesmo, momentâneas) exigências. Estar sempre preparado, atualizado, antenado ao novo. Ser e manter-se igual, por mais de um século e com sucesso, só Maizena.
V: Qual dica você daria para jovens que estão no mercado na hora de escolher entre trabalhar em agência ou anunciante?
C: A mesma dica que daria a qualquer jovem que está entrando no mercado de trabalho: seja um publicitário, um profissional de marketing ou um médico: “Ame o que você faz”. Aprenda a traduzir o estresse (e ele existe) em experiência. Sempre. Amplie sua visão como se usasse uma grande-angular. Acredite: existem sempre duas possibilidades. E tenha certeza: tudo, no fim, dará certo.
Ah, sim, busque e use muito o seu melhor humor. Ele irá lhe ajudar nos momentos mais críticos.
Por: Lais Sereno