Não adianta! Bons trabalhos surgem de boas referências. O que não significa “nada se cria, tudo se copia”, ok? Quem nunca foi fazer um trabalho (e principalmente se você pretende ser Planner ou Criativo) e recorreu a sites, livros ou anuários pra alimentar sua inspiração? Buscar referências estimula a criatividade e ajuda a construir senso crítico: será que boas propagandas no passado seriam boas propagandas hoje?
O post de hoje é o segundo de uma temporada de retrospectivas da propaganda para nos enriquecer de referências dos tempos áureos da nossa profissão e ajudar você a ter uma semana bem inspiradora!
Não tem como falar de criatividade e inspiração sem nos recordarmos das ilustres campanhas da Marlboro. As campanhas eram extremamente sedutoras e tinham a capacidade de tornar um produto nocivo à saúde, símbolo de sensualidade, liberdade e poder.
Um breve histórico sobre a marca: tudo começou em 1924 com o slogan “Mild as May”, estrelado pela atriz Mae West. Isso porque o cigarro possuía um tipo de filtro que deixava o produto aparentemente mais fraco, sendo mais associados, então, ao público feminino. Durante a Segunda Guerra Mundial, a marca saiu de cena e no final do conflito, surgiram marcas concorrentes como a Camel, Lucky Strike e Chesterfield. Aliado a isso, o produto já vinha sendo associado aos malefícios, sendo o principal deles, o câncer.
Então, em 1955, a Leo Burnett criou a campanha “Tattooed Man”, da qual nós temos a lembrança hoje. Velejadores tatuados, atletas, pilotos e principalmente Caubóis foram personagens da campanha. O imaginário de solidão, coragem e liberdade ficou cristalizado e ajudou a disparar o número de vendas da Marlboro e se tornar líder de venda no mercado em apenas 8 (o-i-t-o!) meses de campanha!
A campanha seguinte (1964), “Come to where the flavor is. Come to Marlboro Country” fez da marca a terceira mais popular dos Estados Unidos. Nos anos seguintes Marlboro ampliou sua participação de mercado no mundo, tornando-se a mais valiosa e conhecida marca de cigarro. Atualmente, Marlboro é a marca de cigarros líder do mundo, com quase o triplo em vendas que os concorrentes mais próximos.
Hoje, como sabemos, publicidade para cigarro e outros produtos afins são proibidas e as marcas precisam atuar de outras formas de manterem vivas suas comunicações, como por exemplo as embalagens e o pdv. Discussões do produto à parte – e que fique bem claro que não estamos fazendo apologia a propagandas fora da lei ou a produtos maléficos à saúde – não existe limites para a criatividade.
As constantes proibições e regulamentação por parte dos órgãos ajudam na construção de uma publicidade cada vez mais responsável. Mesmo que hoje a Marlboro (e toda a indústria de cigarro) não possa ser explícita, isso não apaga o brilho e a criatividade do que foram as propagandas de outras décadas. Além de ser uma boa referência que nos inspira a superar os desafios diários da profissão, nos lembrando de buscar meios alternativos à publicidade tradicional para manter sempre aceso o encantamento da propaganda.
Por Isadora Prado
Belissimo artigo, deu ate saudades do “Marlboro Man” e sem falar no filme “Harley Davidson e Marlboro man” um abraço de toda equipe do Cigarro com Paçoca