Os mad men originais estão todos mortos! Ironicamente, morreram devido ao consumo dos produtos que venderam com tanto afinco. Os pulmões pifaram com os cigarros de suas campanhas publicitárias. Os fígados derreteram com todo o uísque, gim e vodca que eles tornaram célebres…. Engana-se, porém, quem os acha loucos. Foram homens inteligentes, visionários e bem articulados que representaram o sonho americano. Era de autoconfiança e otimismo, que ajuda a explicar o motivo do país se tornar uma referência mundial. Eles voltaram, Mad Men estreia a primeira parte da 7ª temporada nos Estados Unidos, neste próximo domingo (13/04/2014).
Dividida em duas partes, a última temporada da premiada série apenas terminará em 2015. A primeira leva de sete episódios recebeu o título de The Beginning; a segunda será chamada de The End of an Era. Estrelada por Jon Hamm (o publicitário Don Draper), e com gênios como John Slattery (Roger Sterling), a produção mostra uma época importante da construção da sociedade americana tal qual a conhecemos hoje. Começa na década de 60, quando o multiculturalismo de Nova York era evidente, ainda resquícios do preconceito. O movimento pelos direitos civis era recente e a indústria do tabaco se mantinha no auge, assim como a glamorização do seu consumo. Tal questão é debatida num dado momento em que Don, responsável por criar a defesa do cigarro em certa campanha de saúde, sofre uma crise de inspiração (algo comum durante os episódios) e só no último minuto tem um insight fantástico. Então, o publicitário revela o pensamento dos mad men: “não importa se um produto é deletério, o que vale na propaganda é associá-lo à ideia de prazer”. Era a própria publicidade da época resumida numa frase.
Durante as temporadas, o conflituoso mundo de Don, o mais bem cotado publicitário do mercado (e também entre as mulheres), é retratado. Sempre alternando seu sucesso repentino com o passado sofrido. Certamente, esta impecável série deve ser vista por todos os publicitários. Confira aqui o trailer da última temporada de Mad Men, e não perca!
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Por Mateus Queiroz