Skip to main content
EntrevistasEventosVariedades

O Douro Films Harvest desembarca no Rio

By 03/04/2013maio 28th, 2013No Comments

 

“Tem um rio que começa no Douro…
… atravessa o Atlântico e desagua nas praias do Rio de Janeiro…”

Cacá Diegues

 

Imagina se juntássemos cultura, gastronomia, cinema e paisagens arrebatadoras? Agora imagina se tivéssemos isso tudo em um único evento?  Pois é, o grupo português Expanding World tornou isso possível. O Douro Films Harvest é um evento internacional, realizado nas paisagens espetaculares do Vale do Douro e da cidade do Porto – ambas classificadas como Património Mundial pela UNESCO – que une cultura e gastronomia portuguesa em uma mostra de filmes única. Nomes como os de Sophia Loren, Milos Forman, Andie Macdoweel, Bo Derek, Kyle Eastwood, Carlos Saura e Gustavo Sataolalla já marcaram presença em edições anteriores.

Este ano o evento desembarca em mais um dos Patrimônios Mundiais, o Rio de Janeiro. Isso mesmo, a cidade maravilhosa, graças a uma parceria entre Mídia1 e Expanding World, terá o prazer de receber, em Maio, o evento que irá proporcionar aos amantes do bom vinho e da sétima arte uma experiência única.

Um dos nossos Vitaminados, Vinícius Amantéa, teve o prazer de entrevistar Antonio Jorge Pinheiro, Diretor Geral da Mídia1 e Manuel Vaz, Presidente do Expanding World Group, que falaram com exclusividade sobre a parceria entre Expanding World e a Mídia1 na realização do evento Douro Film Harvest – Rio de Janeiro. Confira abaixo a entrevista:

 

VITAMINA: Como surgiu essa parceria entre a Mídia1 e a Expanding World?

ANTONIO: Na verdade, essa relação começou antes do Douro Film Harvest, eu já conhecia o Manuel Vaz através de um amigo em comum, produtor e cineasta português, Ivan Dias, e Manuel é um empresário que sempre frequentou muito o Brasil. Em 2009, para atender um de seus clientes que queria desenvolver o turismo na região do Douro, sua equipe elaborou um festival de cinema que reunia vinho, cenário típico, gastronomia e a música portuguesa na região do Douro. Poderia ter sido um evento esportivo, um evento musical, porém nada mais pertinente do que um evento sobre cinema para poder fazer essa integração.  O primeiro ano, em 2009, foi uma edição exclusiva na região da Vila do Douro, com a presença de Andie Macdoweel prestigiando o evento.

Portanto, através do Ivan Dias e o do próprio Manuel, o convite foi feito a mim. Pelo fato de estudar a presença de marcas, fazendo uso de espaços com conteúdos, especificamente no cinema, que seria um princípio básico do product placement, esse conceito foi sendo desenvolvido ao longo das edições.

MANUEL: Eu conheci a Mídia1 em 2009, quando foram convidados para desenvolverem o conceito de product placement em Portugal. Naturalmente, percebemos que essa indústria estava mais desenvolvida no Brasil, porém no cinema português os avanços são grandes. Portanto, entendemos que o know-how dos brasileiros proporciona uma grande troca de experiências, além disso, é importante para desenvolvermos novas ferramentas na Europa, através do Mídia1.

 

V: Como a região do Douro entendeu que sua promoção poderia estar vinculada ao cinema e à gastronomia? Como foi esse desenvolvimento?

A: A região entendeu que o cinema seria uma ótima ferramenta de promoção.  A segunda edição, na qual fui convidado como palestrante, as proporções do evento eram maiores que as anteriores, naturalmente. Sophia Loren foi homenageada. O festival começou a ganhar mais espaço em toda a região do Douro, chegando à cidade do Porto. Em 2011, a homenagem foi para o cinema brasileiro, através do Cacá Diegues. Houve uma prévia, dois meses antes, aqui no Rio, na qual fui convidado para apresentar o Cacá Diegues como o homenageado à imprensa, na edição de 2011. No ano seguinte, em 2012, eu voltei a ministrar uma palestra no festival, foram dias depois do lançamento do meu livro (Muito além do merchan) em Portugal. Dessa vez, a mostra já estava no eixo Porto-Região do Douro, portanto o clima também estava presente na cidade do Porto.

 

V: A mostra reforça o laço cultural entre Brasil e Portugal? E como você analisa a interação entre as indústrias cinematográficas brasileira e portuguesa?

M: Com certeza. Acho que esse diálogo só pode acontecer de uma forma: com integração. Integrando personagens, histórias, roteiros etc. Imagine uma história portuguesa narrada por um diretor brasileiro, essa mescla, na minha opinião, é poderosa para a língua portuguesa, na qualidade de terceira maior língua falada no facebook, por exemplo. Portanto, nós temos que pensar no mundo como língua portuguesa e, obviamente, nós criamos a língua(portugueses), mas nesse momento o motor é o Brasil. Diante desse momento, o cinema português pode aproveitar isso, pegando essa carona da boa fase da indústria brasileira… se mesclando, se misturando, se integrando, com histórias, com atores, com produções e com co-produções. Não acho que o cinema português tem uma forma de vencer sozinho, pois é uma pequena indústria e, nesse momento, os brasileiros têm muito a ensinar aos portugueses.

 

V: Você acha importante os países desenvolverem negócios juntos?

A: Com certeza. Eu tenho um convívio próximo à equipe do Expanding Group, há 5 anos estamos desenvolvendo negócios. Além disso, contatos anteriores foram nos encaminhando a um objetivo comum de negócios. Portanto, mais do que uma relação de amizade e sinergia de ideias, percebemos a grande oportunidade de parceria para as duas empresas e para os dois países.

 

V: Outras empresas já fizeram o elo entre os dois países.  No âmbito do entretenimento e cultura, os negócios podem fortalecer o desenvolvimento desse cenário nos dois países?

A: O nosso foco é envolvente, pois se trata, em última instância, de entretenimento. Além disso, a gastronomia, o vinho e a cultura da língua portuguesa que faz o elo entre ambos os países. Portanto, além de promover a cultura dos dois países, estamos celebrando a qualidade do que as pessoas e as empresas podem oferecer para o mundo.

 

V: Todos nós sabemos que Portugal é grande exportador de vinhos. A indústria cinematográfica portuguesa também quer se tornar grande exportadora de seus filmes?

M: Como profissional da indústria do marketing, tenho um mandamento básico: “Você só gosta daquilo que conhece.” Portanto, se você não está em evidência, as pessoas não terão oportunidade de conhecer o seu produto, da sua mensagem, enfim, da sua visão. E esse projeto do Douro Film Harvest é uma ferramenta para o conhecimento da região da Vila do Douro e de seus produtos. O D’ouro tem a região, que cultiva vinhas, mais antiga do mundo e tem uma grande variedade de outros produtos de grande qualidade. Portanto, é um competidor de nível internacional.
O Brasil e o Rio de Janeiro, particularmente, tem uma relação histórica com o vinho do porto, e o que nos interessa é oferecer a oportunidade de conhecer a tradição e qualidade da região do D’ouro. Não nos interessa fazer grandes investimentos em mídias, ou campanhas, nós queremos estar no one to one.

 

V: Além da ligação entre as culturas, o evento oferece um ambiente de gastronomia sofisticada. O projeto quer apresentar esse conceito?

A: Sim. É algo que acaba encantando, traz um lado lúdico que envolve todos esses elementos. E ficou claro nessa última edição, a qual a homenageada foi a atriz americana Bo Derek , na reunião após o festival, que de fato selamos a parceria e começamos a pensar qual seria o primeiro projeto para efetivação desse elo.

 

V: A partir daí surgiu a ideia do evento no Rio?

A: A ideia foi sendo desenvolvida. A intenção do Expanding Group de entrar no Brasil já existia, como empresa. Portanto, a empresa entra no Brasil como Expanding World e desde então viemos planejando a 5º edição do Douro Filme Harvest, a primeira fora de Portugal, que acontecerá no Rio de Janeiro, na terceira semana de Maio, no complexo Lagoon – Lagoa.
Durante um final de semana, vamos ter a oportunidade de interagir com todas essas sensações: o cinema que tem a ver com Portugal e Brasil, além de música, a gastronomia, tudo isso em meio as degustações de vinho.

 

V: Para finalizar, Antonio. Esse novo projeto reúne temas incríveis que englobam os dois países. É um trabalho que o estimula de forma distinta?

A: Eu acho que chega um determinado ponto em nossas vidas que o prazer e a vontade de fazer projetos interessantes devem ganhar peso e espaço maior em nosso tempo. E essa parceria soma e caracteriza, dando corpo a essa realização. Portanto, o prazer de estar envolvido, desenvolvendo algo de qualidade, contribuindo para um diálogo maior entre as duas culturas é, realmente, gratificante.

 

Assista abaixo o vídeo teaser do evento no Rio:

 

por Flávia Palacio