Voltaram os encontros mensais do Clube de Criação! E o Vitamina esteve lá para conferir. Nessa nova série de eventos, além de reunir publicitários, o CCRJ também trará convidados especiais para participarem de um bate-papo. Os convidados especiais do Baixo CCRJ que rolou essa quarta, dia 14, no Hipódromo Up, no Baixo Gávea, foram: Ian Sbf, diretor de cena da Porta dos Fundos e da Yes, Antônio Pedro Tabet, criador do Kibe Loco, roteirista e ator da Porta dos Fundos, e Octávio Guedes, diretor de Redação do Jornal Extra e âncora da CBN RIO.
O bate-papo com Ian, Tabet e Guedes começou com um questionamento a respeito das tendências das criações humorísticas e das jornalísticas, o porquê das primeiras valorizarem o ordinário e das segundas, o sensacional.
Durante a abordagem dos mais diversos temas, Ian e Tabet falaram bastante sobre como surgiu a ideia do Porta, porque ele é como é, e porque provavelmente ele faz sucesso. Segundo eles, a ideia surgiu de fazer no canal do Youtube tudo o que eles não poderiam fazer na TV, um trabalho com pouco ou nenhum comprometimento, algo que seria divertido para eles. O humor do Porta dos Fundos seria, antes de tudo, um humor para aqueles que o fazem e, de certa forma, o público enxerga nesse trabalho pessoal e “amador” uma produção autêntica e original, o que eles acham ser a fonte de seu sucesso.
Um tema bastante abordado durante o encontro foi a concepção de ideias inovadoras, sua modificação e o seu trágico descarte por conta do medo de arriscar. Antônio falou sobre o “e se”, em que uma ideia original e simples é apresentada no início, mas “e se” tivesse mais isso, “e se” fosse de tal forma, “e se”… No fim das contas, a ideia perde a simplicidade e vira um frankenstein, tendo os criativos perdido tempo, agora forçados a voltar ao início. Falou também sobre o “Ministério do Vai Dar Merda” (palavras dele), um grupo frequentemente presente entre os colegas de trabalhos de todos nós que sempre se opõe aquela ideia brilhante por conta dos riscos e pelo medo de serem prejudicados caso algo dê errado. Guedes reforçou como o arriscar foi importante, até para o jornalismo, através de exemplos, como a falsa notícia do desaparecimento de Roberto Carlos pelo extinto jornal Notícias Populares e a utilização quase maciça de vídeos na página online do Extra, numa época em que os jornais estavam muito limitados ao formato do meio impresso, que alavancou bastante a audiência do site. Ian falou que no início o porta dos fundos também tinha seu pequeno “Ministério do Vai Dar Merda”, mas que seus membros já foram excluídos e disse que agora, há apenas o Tabet para freiar um pouco a criação, ainda que não com tanta energia quanto o Ministério. Por fim, todos concordaram que tal Ministério levou muitos a perderem chances de ouro de terem resultados sensacionais.
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Por Giovanni Pastore