A arte de brincar com as palavras se tornou mais tangível no último dia 20, quando foi realizado o 8º Encontro de Redação Publicitária, na Casa de Rui Barbosa, em Botafogo. O evento foi Promovido pela Associação Latino Americana de Agências de Publicidade(ALAP) e idealizado por Jomar Pereira da Silva Roscoe com apoio do Conselho Nacional de Propaganda, Clube de Criação do Rio de Janeiro e patrocínio da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). As edições anteriores já trouxeram nomes de peso, como: Nizan Guanaes, Mauro Salles e Washington Olivetto. Neste ano, não poderia ser diferente, o VIII Encontro reuniu redatores que estão contribuindo para a publicidade brasileira entrar para o hall das melhores do mundo. Além disso, o encontro apresentou a entrega do renomado prêmio Jeca Tatu e o Concurso Universitário.
Confira o resumo completo do que aconteceu no evento:
Cláudia Chaves
O debate em torno da difícil missão de elaborar campanhas começou com a talentosa Claudia Chaves e todo o seu carisma. A redatora e acadêmica já escreveu para clientes como Carrefour, IBM, Coca-Cola, Brahma, Souza Cruz, entre outros gigantes. A professora da PUC-RJ traduziu o que o redator faz de um jeito bem simples:“ A arte e o engenho de escrever para fora”. A inusitada alusão à popular expressão “passar/lavar para fora”, traz algumas questões interessantes sobre o trabalho do redator. Ela também pontua que o objetivo da redação publicitária deve ser estético, ou seja, a criatividade e a beleza devem estar presentes nos textos, pois as novas mídias oferecem diversas plataformas para oferecer campanhas agradáveis. Ainda sim, é importante ratificar a adequação ao briefing e as metas de comunicação, para isso é essencial conhecer profundamente o seu target. E para finalizar, a professora enfatiza: “ Antes de digitar uma palavra, tenha tempo para descobrir as esperanças e medos do seu público-alvo.” Pois o papel da redação é entender o sentimento do outro.
Felipe Rodrigues
Felipe Rodrigues, carioca formado pela PUC-RJ, possui 28 anos de experiência no mercado publicitário. Já atendeu grandes clientes como Oi, Petrobras, Coca-Cola, KraftFoods, Ceras Johnson, Bob’s, entre outros. O redator da DM9Rio nos mostrou que um ótimo redator deve ser como uma esponja, ou seja, absorver o máximo de informação e tendências. E para isso é preciso ser inquieto por novidades e possuir a capacidade de contar histórias. O redator nos lembrou que era privilégio das agências de publicidade ter o primeiro contato com as inovações, já hoje as informações estão em todos os lugares, com grande contribuição da internet. Mas o que fazer com todo esse conteúdo? Segundo Felipe, não basta ter uma boa ideia, é preciso saber defendê-la. Além disso, a Big Idea deve possuir a capacidade de transformar-se em ideia transmídia, pois cada vez mais o mercado necessita de projetos mais abrangentes. Diante disso, uma dica preciosa do redator é: “ Você tem que saltar o abismo que separa vários canais de comunicação e pensar o projeto de uma maneira geral. Também enfatizou que é importante construir a história de nossas ideias, para maiores possibilidades de engajamento. Pois as ideias fazem parte do projeto, mas a demanda é muito maior que insights.
João Renha
Atual professor do Departamento de Comunicação da PUC-RJ, João Renha já teve passagem pelo mercado como redator publicitário. O autor do livro ‘A Propaganda Brasileira depois de Washington Olivetto’ revelou alguns segredos do protagonista de sua obra na palestra, cujo tema era ‘A cultura popular e a propaganda’. Por falar no Gigante da Publicidade, Olivetto fez uma participação especial via vídeo onde comentou sobre o prazer inigualável que sente ao trabalhar com publicidade. Dando prosseguimento, João citou alguns comercias que deixaram o campo da publicidade para fazer parte da cultura popular, como ‘Garoto Bombril’ e ‘O primeiro a gente nunca esquece’.
Adilson Xavier
Para finalizar o dia com maestria, Adílson Xavier lecionou uma palestra de tirar o fôlego. O redator publicitário e escritor trouxe o tema “Siginifcado. Tudo por um”. A fim de inspirar cada ouvinte, o ex-presidente da Giovanni+Draftfcb mostrou que ser redator publicitário não é apenas escrever propaganda. É preciso ter grandes idéias e produzir conteúdo com qualidade. Ou seja, um redator necessita trazer significado para algo porque, dessa forma, marcará a corrida rotina do consumidor. Segundo o palestrante, a matéria-prima mais valiosa é a vida. Milhares de idéias atravessam nossos olhos diariamente, cabe ao bom publicitário a função de detectá-las. Por último, Adilson fez a apresentação de cases interessantes, dentre eles seu maior orgulho: a campanha Ser diferente é normal.
O encerramento do 8º Encontro de Redação Publicitária se deu com a entrega do troféu Jeca Tatu a Adilson Xavier por Hiran Castello Branco, Presidente do Conselho Nacional de Propaganda e Vice-Presidente da Escola Superior de Propaganda e Marketing. Além disso, o evento coroou os vencedores do Concurso Universitário promovido pela Alap (Associação Latino Americana de Agências de Publicidade). O vencedor Leonardo Molina Rocha (Candido Mendes), seguido por Nadja Alessandra da Silva (ESPM) e Michele Modesto (UFRJ).
Alexandre Muricy (esq.), Jomar Pereira da Silva Rosco (centro) e Hiran Castello Branco (dir.)
Adílson Xavier segurando o prêmio Jeca Tatu, ao lado do vitaminado Mateus Queiroz
Por Mateus Queiroz e Vinícius Amantéa