Protagonista no mercado mundial de fones de ouvido, a empresa americana “Beats By Dr. Dre”, gerou uma pequena dor de cabeça para os organizadores da Copa do Mundo 2014, que está acontecendo no Brasil.
Moda entre os jogadores das seleções participantes, os fones estavam presentes no dia-a-dia do mundial, podendo ser visto dentro das arenas e em entrevistas coletivas, na maioria das vezes pendurado no pescoço dos atletas. E isto incomodou a Sony, patrocinadora oficial do evento e concorrente da Beats no segmento dos fones. Afinal a Copa passou a ser uma enorme campanha extraoficial para a marca concorrente.
A solução encontrada pelo comitê organizador foi banir o fone da Beats das Arenas e dos eventos com a imprensa, exigindo que os jogadores não o usassem, utilizando o acordo de licenciamento com a Sony como base para tal proibição.
Entretanto, esta providência pode acabar por ser mais uma vitória da marca, de acordo com a estrategista Ellen Petry Leanse, ex-executiva da Apple e do Google: “Quando fãs veem os atletas da Copa do Mundo usando Beats durante as folgas, por escolha, isso tem muito mais impacto do que vê-los amarrar os cadarços de suas chuteiras Adidas ou tomando um gole de bebidas patrocinadas. Talvez mais, na verdade. A Beats não é patrocinadora, então a mensagem é mais autêntica e crível.”
Recentemente adquirida pela Apple, por um valor em torno de 3 bilhões de dólares, a empresa é conhecida por seu marketing de guerrilha. Nas Olimpíadas de 2012 em Londres, enviou um conjunto de fones para os principais atletas participantes, como o time de basquete dos estados unidos e toda a delegação inglesa. Na época a patrocinadora que sofreu com quebra da barreira de licenciamento foi a Panasonic.
Nesta edição da Copa, a Sony até tentou emplacar a mesma estratégia de marketing, ao enviar exemplares de seus fones para todos os atletas que vieram para a copa. Para azar da patrocinadora, pouquíssimos jogadores foram vistos usando os fones da marca.
Por Rennan Leal Falbo